Gestão de Luxo é inspiração para negócios

Engana-se quem pensa que vender luxo é comercializar produtos com preços muitas vezes pouco acessíveis à maior parte das pessoas. O luxo é, na verdade, uma junção de valores agregados que na maior parte das marcas que hoje estão neste patamar foram construídos ao longo de anos e são consequência de muita observação e mudanças de comportamento. Por isso, temos de ter o mercado de luxo como inspiração para os nossos negócios.

Com quase trinta anos de experiência em inteligência de mercado o consultor, Carlos Ferreirinha, há vinte anos dedica-se a gestão de marcas de luxo. Já esteve à frente de importantes grupos como a LVMH, holding francesa dona de marcas como Louis Vuitton, Möet et Chandon e Hennessy. “Comecei no início do movimento de profissionalização do luxo e, por isso, pude desenvolver minha observação em um mercado que eu não conhecia”.

Ferreirinha desmistifica o que muitas pessoas imaginam ser luxo. “Nem todas as empresas podem ou devem ser de luxo. Mas, todas podem aprender com a gestão do luxo”, disse. Isso porque alguns modelos de negócios são pautados no ‘para todos’ e na capilaridade de mercado. Porém, saber utilizar a inteligência do luxo para subir um degrau no atendimento, no desenvolvimento de uma nova embalagem ou novo produto que compõe o que ele chama de “pílulas do luxo”.

Nesse processo a humanização aparece como condição fundamental. Para as marcas de luxo, por exemplo, é um valor imperativo. E isso também está ligado ao perfil do consumidor desse segmento. “É cada vez mais difícil definir e segmentar um perfil exato de consumidor!”. Vemos mulheres, negros, pessoas de origem humilde e de guetos e outras que criam suas fortunas por meio de iniciativas nada convencionais. O luxo hoje não está mais ligado apenas ao tradicional.

“Não é possível entender o cliente apenas olhando para ele. Temos um volume enorme de milionários e bilionários no Brasil que não vieram de famílias tradicionais. Há espaço para todos e devemos olhar para todos com mais empatia”

“As empresas do luxo aprenderam a entender o cliente e isso pede coragem e ousadia. É uma visão que serve para qualquer segmento e qualquer atividade”

Com seu jeito pragmático e muitas citações de estudiosos e pensadores relevantes finalizou a conversa falando sobre a capacidade de aceitar mudanças como meio de aprendizado.

“Precisamos ser capazes de rever nossos conceitos”

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